"Quando se anda descalço, cada dedo olha a estrada..."
Plágio é crime
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Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do código penal. Conheça a Lei 9610.
Estou reativando esse blog. Quando o criei a intenção era compartilhar minhas análises políticas, ainda que rasas, nesse espaço. No entanto não me dediquei a isso.
Hoje, depois da minha mãe pedir pra que eu desse algumas dicas para cuidar do cabelo e algumas receitas vegetarianas, lembrei que muitas pessoas do meu ciclo social costumam pedir também, então resolvi reativar o blog, com o objetivo de compartilhar as receitas vegetarianas que faço e meu cronograma capilar (okay, meu cabelo não é o mais bonito do mundo, mas ele é saudável, garanto. hehe).
Então, como já devem ter notado eu sou vegetariana e feminista. Mas o que vocês não sabem é que faço low poo (clique aqui). E utilizar essa técnica tem sido maravilho pra minha autoestima, pra minha saúde capilar e pra me empoderar sobre os produtos que utilizo e aceitar a beleza natural dos meus fios.
É isso, pipou!!!!
Aguardem aqui algumas dicas legais, tenho certeza que vai ajudar de alguma forma. A mim principalmente, que tenho uma péssima memória e terei pra onde recorrer quando ela falhar. hehe
Esse seria um excelente dia para os pais passarem mais tempo com seus filhos e filhas, brincando e ensinando a importância de viver coisas típicas da infância. E não incentivando a ser adultos mirins, sexistas e consumistas compulsivos.
Como estudante de Terapia Ocupacional, reconheço a importância do brincar para o desenvolvimento sócio psicomotor da criança. Porque sei que é através do brincar que ela vai desenvolvendo habilidades motoras, sensoriais, cognitivas, SOCIAL e emocional. E por isso acho essencial que tenhamos cuidado com os brinquedos que damos a essas crianças.
Você já reparou se os brinquedos que você está comprando não estão impondo padrões comportamentais sexistas?
Você dá bonecas, joguinho de panela, Barbie, fogãozinho, batedeira, bebezinhos, para as meninas. E os caminhões, carros, bola, monstros, para os meninos. E depois nem desconfia o motivo pelo qual sua filha cresce achando que nasceu pra ser mãe, que fazer os serviços domésticos é uma responsabilidade somente sua, que precisa investir em sua 'beleza', só por ter nascido mulher.
Enquanto seu filho acha que precisa gostar de futebol, odiar rosa, ser o motorista (sim, porque mulher no volante é perigo constante, não?), não pode gostar de bonecas e nem fazer trabalhos domésticos.
As propagandas de brinquedos direcionadas às crianças incentivam um consumo exarcebado e esteriótipos retrógrados. As meninas querem ser princesinhas, que usam salto alto, maquiagem, não brincam de correr, possuem um celular, precisam ser magras e ter cabelo liso como a Barbie (ou seja, a menina que é negra, gorda e tem o cabelo afro, se rejeita e é rejeitada... Não é a toa que vemos milhares de meninas alisando o cabelo e fazendo dietas malucas para sentirem-se 'bonitas'). Já os meninos querem jogar video-game, futebol, jogos bélicos,etc. A ideia de poder, força e vitória é direcionada a eles, enquanto que maternidade, sonhos e beleza estética são predominantes em anúncios para meninas.
As crianças almejam ser como as das propagandas, tanto no aspecto estético, quanto no fato de terem todos os brinquedos à sua disposição e refeições à base de fast-food (imagina o impacto disso para uma criança pobre?). É aí que surge uma lógica consumista que modela as relações da criança consigo e com o mundo. Então inicia-se a assimilação de que a felicidade está associada ao consumo e uma falsa necessidade.
Precisamos contestar esses hábitos sexistas, que são resultados de uma manipulação silenciosa. Não compre produtos com propagandas sexistas ou que estimule isso. Não incentive o consumo exacerbado. Será que essa criança realmente precisa de brinquedos novos?
Até quando você transformará o brincar, que deve ser uma experiência emancipatória, em uma prática nociva e reprodutora de esteriótipos e padrões sociais? Precisamos refletir sobre os impactos disso na condição da mulher, na representação das relações no interior da família, nos sonhos e relações sociais ou continuar com essa venda nos olhos, achando que o machismo e sexismo são coisas inatas.
* É estudante de Terapia Ocupacional, militante da Marcha Mundial das Mulheres e do Coletivo Feminista Conceição Evaristo.
Eu sou a mãe da Praça de Maio
Sou alma dilacerada
Sou Zuzu Angel, sou Sharon Tate
O espectro da mulher assassinada
Em nome do amor
Sou a mulher abandonada
Pelo homem que inventou
Outra mais menina
Sou Cecília, Adélia, Cora Coralina
Sou Leila e Ângela Diniz
Eu sou Elis
Eu sou assim
Sou o grito que reclama a paz
Eu sou a chama da transformação
Sorriso meu, meus ais
Grande emoção
Que privilégio poder trazer
No ventre a luz capaz de eternizar
Em nós sonho de criança
Tua herança
Eu sou a moça violentada
Sou Mônica, sou Cláudia
Eu sou Marylin, Aída sou
A dona de casa enjaulada
Sem poder sair
Sou Janis Joplin drogada
Eu sou Rita Lee
Sou a mulher da rua
Sou a que posa na revista nua
Sou Simone de Beauvoir
Eu sou Dadá
Eu sou assim...
Ainda sou a operária
Doméstica, humilhada
Eu sou a fiel e a safada
Aquela que vê a novela
A que disse não
Sou a que sonha com artista
De televisão
A que faz a feira
Sou o feitiço, sou a feiticeira
Sou a que cedeu ao patrão
Sou a solidão